Ontem, antes de ir trabalhar pela manhã, eu estava
tomando banho quando vi uma aranha (pequena) no banheiro. Na hora eu até
assustei, mas depois fiquei observando o quanto ela estava lutando para
sobreviver e escapar das gotas d'água.
Eu fiquei passando o shampoo e lembrando da música da
D. Aranha:
"A
dona aranha
Subiu
pela parede
Veio
a chuva forte
E
a derrubou
Já
passou a chuva
O
sol já vem surgindo
E
a dona aranha
Continua
a subir
Ela
é teimosa
E
desobediente
Sobe,
sobe, sobe
E
nunca esta contente"
Nesse momento eu parei de pensar no animal que estava
dividindo aquele espaço comigo, pois a frase "Ela é teimosa e
desobediente. Sobe, sobe, sobe e nunca está contente" perturbou meu
pensamento a ponto de me incomodar.
Essa música existe no mínimo há 30 anos e isso me fez refletir
em: Como a tentativa de conquista era julgada a anos atrás?
Diante de alguns relatos (pois eu tenho menos de 30),
as pessoas bem comportadas e encaixadas em perfis pré-estabelecidos, eram as
mais cogitadas pelo mercado de trabalho. Havia no escritório, o perfil do
chefe, que normalmente sentava atrás de sua equipe para observar o trabalho de cada
um. Todos respondiam às suas ordens com pouco questionamento.
Tal comportamento era adequado para uma sociedade
(estamos falando de Brasil), que quando nasci, estava vivendo na ditadura.
Obedecer e se contentar. Trabalhar para atingir um
único objetivo e a partir daí... sobreviver... Essas são características das gerações anteriores a
geração Y.
Dado que vivo em uma inércia diferente da geração
'autora' da letra da música da D. Aranha, tenho dificuldades para entender o
motivo de dizer que a D. Aranha é desobediente. Para mim, ela corre atrás de
seus objetivos, assim como fazemos, todos os dias.
No mesmo dia, tive um treinamento sobre formação de
equipes, focado em desenvolvimento mobile ágil. Conteúdo muito
interessante!!!
Após esse treinamento, ao conversar com o palestrante,
me vi, novamente refletindo sobre a mudança cultural da sociedade e seu impacto no cotidiano
das empresas.
As pessoas mudaram, a sociedade mudou. O ritmo das
músicas estão mais rápidos, a informação está acessível e as empresas, querem e
devem acompanhar tudo isso.
Se imaginarmos uma linha do tempo e colocarmos a
evolução da indústria nesse eixo, teremos a interpretação da evolução das
empresas em algumas etapas:
A indústria de produção nasce do automóvel, logo, nos
processo definidos por Ford, Taylor e Fayol (aqueles que já conhecemos), as
empresas teriam mercado competitivo, se e somente se, fossem produtivas (ié, custo
menor e produtividade maior). Portanto, você poderia escolher qualquer cor de
carro, desde que fosse preto!
Poucos anos após o 'Fordismo', o diferencial da
empresa estava na qualidade. O fato de ser produtivo, era simplesmente um
pré-requisito. Mas novamente, o mercado evolui e a tendência junto com a
necessidade de buscar um diferencial, levou as indústrias a serem mais
flexíveis. Dessa forma, ser produtivo, eficiente e ter qualidade, eram agora, os
pré-requisitos.
Uma empresa flexível é aquela que tem facilidade de
adaptação. Essa, pode fazer rapidamente produtos diferentes e se adequar às
demandas.
O diferencial de mercado tempos depois, seria a
empresa inovadora. A qual, tem capacidade de intervir ou
criar determinadas necessidades e se adequar à novos contextos (além de ser
flexível).
A grande questão é que hoje, vivemos numa fase onde a
conquista do mercado é feita pelos serviços oferecidos. O foco mudou!
A
empresa que antes tinha autonomia de ofertar para o
mercado, hoje, atende a demanda que vem do cliente. Assim, as empresas são
regidas pelos consumidores em qualquer área de negócio. Houve uma inversão de valores, no que diz respeito ao
foco.
O CLIENTE rege o movimento das indústrias, das empresas e das inovações.
Temos assim, um processo centrado no ser-humano.
(Tal análise foi motivada pelo professor Marcos
Bader.)
Entendo que da mesma forma que a ansiedade existe para
clientes, ela também existe para os fornecedores. Hoje, vivemos uma nova onda,
a qual o cliente está muito próximo, logo, as empresas anseiam oferecer o que
lhe é pedido. Sendo que essa oferta deva ser eficiente, produtiva, com
qualidade, flexível e inovadora (risos).
Diante desse cenário e diante da submersão tecnológica
a qual vivo, entendo que desenvolver softwares de forma ágil não é mais
diferencial competitivo e sim mais um pré-requisito colocado dentre todos os
anteriores.
:-)